Simbolismo




SIMBOLISMO
(1881 – 1893)
           
            O Simbolismo é um movimento que aprofunda e radicaliza os ideais românticos, estendendo suas raízes à literatura, aos palcos teatrais, às artes plásticas. Ele nasceu na França, no final do século XIX, em contraposição ao Realismo e ao Naturalismo. No intenso contato com a cultura, a mentalidade, as artes e a religiosidade orientais, os artistas desta época mergulham nestes valores distintos do pensamento ocidental, mais racional, e espelham em suas criações esta outra visão de mundo.
            Sem o Romantismo, com sua oposição ao uso desmedido da Razão, o Simbolismo não existiria, pois ele se apropria dos princípios românticos e os aprofunda de tal forma que nem o romântico mais contagiado pelas raízes desta Escola o faria. Os simbolistas percorrem, assim, caminhos mais ousados e irracionais, recorrendo ao uso extremo dos símbolos e do misticismo, empreendendo rumo ao inconsciente uma jornada além dos limites extremos da razão, um mergulho nos recantos mais ocultos do inconsciente.

            Os simbolistas adotavam uma visão pessoal e individualista da realidade, sem se ater muito aos princípios estéticos então vigentes. Isto lhes valeu o pejorativo apelido de ‘decadentistas’. Em 1886, porém, a publicação de um importante manifesto – ‘O Século XX’, do teórico deste movimento, Jean Moréas - deu ao movimento seu nome definitivo - simbolismo. Na França, esta escola está intimamente ligada às conseqüências da Revolução Francesa, que marcaram sua natureza sócio-cultural, e às teorias elaboradas pelo Romantismo e pelo Liberalismo.

            Para os adeptos do Simbolismo, não basta sentir as emoções, mas é necessário levar em conta também a sua dimensão cognitiva. Esta é a real postura poética, segundo seus seguidores. Este movimento se reveste igualmente de um marcante subjetivismo, ou seja, de um teor individualista, em detrimento da visão geral dos fatos. A musicalidade é um de seus atributos que mais se destaca; assim, os simbolistas usam ferramentas como a aliteração e a assonância. Além disso, o Simbolismo revela-se um movimento de caráter transcendental, sempre resvalando para a imaginação e a fantasia, privilegiando a intuição para interpretar os dados do real, desprezando a razão ou a lógica.

            Os sonhos são para os discípulos do Simbolismo ferramentas fundamentais para compreender experiências ancestrais do homem, em épocas nas quais prevaleciam sensações caóticas e anárquicas, que hoje são relembradas pelo sujeito apenas em suas experiências oníricas ou nas sessões psicanalíticas. Esta escola é essencialmente literária, pois realiza no âmbito da Literatura uma completa renovação.




Principais características



- Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos;


- Caráter individualista;

- Desconsideração das questões sociais abordadas pelo Realismo e Naturalismo;

- Estética marcada pela musicalidade (a poesia aproxima-se da música);

- Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a lógica e a razão;

- Utilização de recursos literários como, por exemplo, a aliteração (repetição de um fonema consonantal) e a assonância (repetição de fonemas vocálicos).






Principais Autores e Obras no Brasil

- Alphonsus de Guimarães - (1870-1921) - Septenário das dores de Nossa Senhora; Dona mística; Kyriale; Pauvre lyre; Pastoral aos crentes do amor e da morte; Escada de Jacó; Pulves; Câmara ardente; Salmos da noite

- Cruz e Sousa - (1863-1898) - Broquéis; Missal; Faróis; Evocação; Últimos sonetos


Emiliano Perneta – (1866 – 1921) – Músicas (1888); Carta à Condessa D'Eu (1889); O Inimigo (prosa dramática - 1889); Alegoria (prosa dramática - 1903); Papilio Innocentia (libreto de ópera - 1913); A Vovozinha (libreto de ópera infantil- 1917); Ilusão (poemas – 1911); Pena de Talião (1914); Setembro (poemas – 1934) (póstumo).


- Pereira da Silva – (1876 – 1944) – Voe solis (1903); Solitudes (1918); Beatitudes (1919); Holocausto (1921); O pó das sandálias (1923); Senhora da melancolia (1928); Alta noite (1940); Poemas amazônicos (1958).


Veja também outras Escolas Literárias.

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