Pré-Modernismo
PRÉ-MODERNISMO
(1881 – 1893)
Contexto histórico
O Pré-Modernismo brasileiro situa-se no contexto
histórico da consolidação da República. A expectativa de um novo Brasil, mais
justo e moderno, com o advento do regime republicano foi frustrada. No novo
regime, as desigualdades continuaram, a oligarquia se manteve no poder, a participação
política ficou restrita às elites e os conflitos sociais (exemplos: Guerra da
Vacina, Guerra do Contestado, Cangaço e Revolta da Chibata) pipocaram pelo
Brasil. Foi este contexto que influenciou a produção literária das duas
primeiras décadas do século XX.
Principais características do Pré-Modernismo no
Brasil:
- Abordagem de problemas sociais brasileiros
(desigualdade, conflitos, pobreza e exclusão social e política). Estes temas
serão retratados, principalmente, nas obras de dois importantes escritores do
período: Lima Barreto e Euclides da Cunha.
-
Regionalismo: valorização de aspectos culturais de regiões do Brasil.
- Estética literária marcada por valores do
Naturalismo.
- Mistura de estilos literários de escolas
anteriores.
- Surgimento, em alguns escritores (Lima
Barreto, por exemplo) do uso da linguagem coloquial.
- Surgimento, embora o conservadorismo ainda
se faça presente, de inovações técnicas na forma de expressão literária.
* importante:
por não se tratar de uma escola literária, mas sim um período de transição, as
características acima não estão presentes nas obras de todos os escritores
pré-modernistas. Cada escritor possui seu próprio estilo e suas próprias
temáticas de destaque.
Principais Autores e Obras
- Augusto dos Anjos (1884-1914) - Eu (poesia)
- Coelho Neto
(1864-1934) - A capital federal; O rajá de pendjab; O morto; O paraíso;
Tormenta, Esfinge (romances); Rapsódias; Baladilhas; Álbum de Calibã; Vida
Mundana; Contos da Vida e da Morte (contos)
- Euclides da
Cunha - (1866-1909) - Os sertões; Contrastes e confrontos; Peru versus
bolívia; À margem da história; Canudos - diário de uma expedição (ensaios
históricos)
- Graça
Aranha - (1868-1931) - Canaã; A viagem maravilhosa (romances); Malazarte
(teatro); A estrela da vida; Espírito moderno; Futurismo (ensaios)
- Lima
Barreto - (1881-1922) - Recordações do escrivão Isaías Caminha; Triste fim
de Policarpo Quaresma; Numa e a Ninfa; Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá;
Bagatelas; Os Bruzundangas; Clara dos Anjos (romances); Coisas do Reino de
Jambom (sátira); Feiras de Mafuás; Vida urbana; Marginália (artigos e
crônicas); Diário Íntimo; Cemitério dos vivos (memórias); Impressões de leitura
(crítica)
- Monteiro
Lobato (1882-1948) - Urupês; Cidades mortas; Negrinha; O macaco que se fez
homem; O presidente negro; Idéias de Jeca Tatu (prosa); Reinações de Narizinho;
O paço do Visconde; As caçadas de Pedrinho (literatura infantil)
- Raul de
Leoni - (1895-1926) - Luz mediterrânea (poesia)
Outros autores:
Figuram como escritores desse período,
embora guardem no estilo mais elementos das escolas precedentes, autores
como Afonso
Arinos, Alcides
Maya. Afrânio
Peixoto tendia a uma visão da literatura como
simples ornato social e cultural. Raul de Leoni pode
ser, também, tido como pré-modernista, mas o seu Luz Mediterrânea tende ao
Simbolismo.
Veja também outras Escolas Literárias.
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