Pronomes





Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de alguma forma. Variável em gênero, número e pessoa, indicando-o como pessoa do discurso.

Pessoas do discurso: 






pronome substantivo - substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro)


pronome adjetivo - acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo)



Tipos de pronomes: 







Os pronomes pessoais são sempre substantivos.

Ç Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa.

Ex.: A Ângela era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe.


Pronomes de Tratamento

Vossa Alteza
   V. A.
  príncipes, duques
Vossa Eminência
V. Ema.(s)
cardeais
Vossa Reverendíssima
V. Revma.(s)
sacerdotes e bispos
Vossa Excelência
V. Ex.ª (s)
altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência
V. Mag.ª (s)
reitores de universidades
Vossa Majestade
V. M.
reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial
V. M. I.
Imperadores
Vossa Santidade
V. S.
Papa
Vossa Senhoria
V. S.ª (s)
tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência
V. O.
Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. "O senhor" e "a senhora" são empregados no tratamento cerimonioso; "você" "vocês", no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente, em outras, é muito pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.

      Atenção            1*  Os pronomes pessoais de tratamento pertencem à Segunda pessoa, porém os verbos que os acompanham ficam na terceira pessoa. O possessivo “Vossa” deverá ser substituído por “Sua”, quando a expressão de tratamento se referir à 3ª pessoa (eixo referencial). São empregados em relação à pessoa com quem falamos.

Por exemplo:
Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.

    Emprega-se "Sua (s)" quando se fala a respeito da pessoa.

Por exemplo:
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.


       2*  Os pronomes o, a, os, as, assumem formas –lo, -la, -los, -las, com os verbos no infinitivo.
        Exemplo:
        Encontrá-lo, não é uma tarefa fácil.

       3*  Os pronomes o, a, os, as, assumem formas –no, -na, -nos, -nas, com verbos terminados por sons nasais.
        Exemplo: 
        Surpreenderam-no com a festa.





Ç Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as afetividade, proximidade, desprezo e como possuidoras de algo. Concordam em gênero e número com a coisa possuída.


A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto possuído.
Por exemplo:
Helena trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento difícil.

Observações:
1 - A forma seu não é um possessivo quando resultar da alteração fonética da palavra senhor. 
Por exemplo:
Muito obrigado, seu Manoel.

2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Podem ter outros empregos, como:

a) indicar afetividade. 
Por exemplo:
Não faça isso, minha mãe.

b) indicar cálculo aproximado.
Por exemplo:
Marcelo já deve ter seus 40 anos.

c) atribuir valor indefinido ao substantivo. 
Por exemplo:
Paula tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.

3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o pronome possessivo fica na 3ª pessoa. 
Por exemplo:
Vossa Excelência trouxe sua mensagem?


4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo. 
Por exemplo:
Trouxe-me seus e-books e anotações.

5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos átonos assumem valor de possessivo. 
Por exemplo:
Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)



Ç Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso.


Isto, isso e aquilo são invariáveis e se empregam exclusivamente como substitutos de substantivos.


isto,
isso
aquilo
são invariáveis.
 Bullying é um mau comportamento, isto deveria ser evitado nas escolas.




Referente ao tempo (momento)
este (a/s)
Presente
Este dia está sendo o melhor, da minha vida.
esse (a/s)
Pretérito
(Próximo) /

 Futuro
Semana passada estava acamado, esse dia não fui trabalhar.
Ano que vem farei 60 anos, nessa data irei me aposentar
aquele (a/s)
Pretérito (distante)
Houve ditadura nos anos 60, naquela época não se tinha liberdade.
 Os pronomes demonstrativos podem se aglutinar às preposições a e em:
 a + aquele (a/) = àquele (a/s)
 em + este (a/s) = neste (a/s)
 em + esse (a/s) = nesse (a/s)
 em + aquele (a/s) = naquele (a/s)
 de + este (a/s) = deste (a/s)
 de + esse (a/s) = desse (a/s)
 de + aquele (a/s) = daquele (a/s)



Referente ao espaço
este (a/s)
Próximo ao emissor
 Este caderno não me pertence.
esse (a/s)
Próximo ao receptor
 Essa roupa que estás usando é antiga.
aquele (a/s)
Referente. Distante do emissor e do receptor
 Aquela foto que ele tem em mãos é comprometedora.


Referente ao discurso
este (a/s)
 Uso catafórico (refere-se a algo que ainda vai ser falado)
 Este foi meu primeiro sucesso nas rádios.
 Este é o país do carnaval.
esse (a/s)
 Uso anafórico (refere-se a algo já citado)
 Que país é esse?

 Distributivo
 João, Maria e José são filhos de Manoel, este mora no Rio de Janeiro, essa vive em São Paulo e aquele reside em Minas Gerais.

 ( este = José, essa = Maria, aquele = João)



- Também aparecem como pronomes demonstrativos:
o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o que e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. 
Por exemplo:
Não ouvi o que fizeste. (Não ouvi aquilo que fizeste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que te indiquei.)

mesmo (s), mesma (s):
Por exemplo:
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.

próprio (s), própria (s):
Por exemplo:
Os próprios alunos resolveram a questão.

semelhante (s):
Por exemplo: 
Não compre semelhante carro.

tal, tais:
Por exemplo
Tal era a preocupação para o problema.




Pronomes Relativos
que
( quando equivale a o qual e flexões)
quem
( quando equivale a o qual e flexões)
onde
( quando equivale a no qual e flexões)
o qual, a qual, os quais, as quais
cujo, cuja, cujos, cujas
quanto, quanta, quantos, quantas



Ç Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente) e introduz uma oração dependente, adjetiva.


Ex.: Não vi os alunos que chegaram.

Note que o pronome relativo que retoma o termo antecedente aluno, introduzindo-o na oração seguinte.


Ex.: A mulher de quem o marido se divorciou ganhou na loteria.

Repare que a construção original seria:

A mulher ganhou na loteria. O marido se divorciou da mulher.


Ex.: Este é o lugar onde nos conhecemos.
 Note que o pronome relativo onde retoma o termo antecedente lugar, introduzindo-o na oração seguinte.


Ex.: Os homens cujos princípios não são sólidos se comprometem.

Originalmente: 
Os homens se comprometem. Os princípios dos homens não são sólidos.

Atenção

Não existe: cujo o, cuja a, cujos os, cujas as. E os pronomes relativos que, quem e onde são invariáveis. Os demais admitem flexões de gênero e número em relação as palavras que eles antecedem.


Ex.: Falou tudo quanto queria desabafar.



Pronomes indefinidos
pessoas
quem, alguém, ninguém, outrem
lugares
onde, algures, alhures, nenhures
pessoas, lugares, coisas
que, qual, quais, algo, tudo, nada,
todo (a/s), algum (a/s), vários (a),
nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s),
muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s),
um (a/s), qualquer (s), cada


Ç Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico, representando pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar ideia de conjunto ou quantidade indeterminada. Em função da quantidade de pronomes indefinidos, merece atenção sua identificação.


Classificam-se em:

Pronomes Indefinidos Substantivos

Assumem o lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo. 
Por exemplo:
Algo o incomoda?
Quem avisa amigo é.

Pronomes Indefinidos Adjetivos

Qualificam um ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade aproximada.
São eles: cada, certo(s), certa(s). 
Por exemplo:
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.

Note que:
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pronomes indefinidos adjetivos:


algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Por exemplo:
Poucos vieram para o passeio.
Poucos alunos vieram para o passeio.

Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e invariáveis. Observe o quadro:


               
Variáveis
Invariáveis
Singular
Plural
Masculino
Feminino
Masculino
Feminino
algum
um
nenhum
todo
muito
pouco
vário
tanto
outro
quanto
alguma
uma
nenhuma
toda
muita
pouca
vária
tanta
outra
quanta
alguns
uns
nenhuns
todos
muitos
poucos
vários
tantos
outros
quantos
algumas
umas
nenhumas
todas
muitas
poucas
várias
tantas
outras
quantas
quem
outrem
alguém
ninguém
outrem
onde
algures
alhures
nenhures
tudo
nada
algo
cada
qualquer
          quaisquer
qual
quais


Ex.: Alguém esteve aqui.  //  Ninguém o viu entrar


Ex.: Nenhum crime foi cometido. 
       Nenhuma candidata compareceu. 
       Nenhuns de nós saímos.  
       Alguns deputados trazem poucas emendas ou nenhumas. 

Pronomes Interrogativos
que, quem, qual, quanto
 São os pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3a pessoa do discurso.
(Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou)
quando, onde, como
 Há interrogativos adverbiais (Quando iniciarão? / Onde encontrá-las? / Como estás?)


COLOCAÇÃO PRONOMINAL
            Os pronome oblíquos átonos podem aparecer em três posições na frase:
                                                                                             
                   antes, depois ou no meio do verbo.

         Embora prevaleça a eufonia, ou seja, os sons devem soar harmoniosamente, existem algumas normas de colocação muito importantes:

I - PRÓCLISE - O pronome está proclítico quando aparece antes do verbo:
    Ex.: Lúcio não se dissociava do problema humano de Marzagão.

         Devemos usar a próclise nos seguintes casos:

REGRAS
EXEMPLOS
• com palavras ou expressões negativas
Não me venham com conclusões...
• com advérbios
Boemia, aqui me tem de regresso...
• com pronomes relativos
A felicidade está sempre onde a pomos.
• com pronomes indefinidos
Cada um se defende como pode.
• com pronomes demonstrativos, sobretudo isso, isto, aquilo
Você gosta de fumar, mas isso lhe faz mal.
•com conjunções subordinativas
Quando nos chegou a notícia do acidente, ficamos surpresos.
• em orações interrogativas
Que tal me contares a verdade?
• em orações exclamativas
Se soubesses o quanto me custou falar essa verdade!
• em orações optativas
Boas novas lhe cheguem hoje!
• com verbo no gerúndio, precedido da preposição em:
Em se falando de trapaças, veja nossos políticos.



II - MESÓCLISE - No futuro do presente e no futuro do pretérito, o pronome oblíquo átono fica no meio do verbo, desde que não haja nada atraindo o pronome para antes:

         Considerar-me-ia feliz se as coisas mudassem de rumo no país. (mesóclise)
        
Não me consideraria feliz se as coisas mudassem de rumo no país. (próclise) - pois há palavra com ideia de negação atraindo o pronome).

OBS.: Nunca se coloca o pronome depois de verbo no futuro.



III - ÊNCLISE - É a colocação do pronome depois do verbo. O pronome fica enclítico sempre que nada haja exigindo próclise ou mesóclise, sobretudo:

REGRAS
EXEMPLOS
• quando a frase se inicia com verbo
Disseram-me que você não viria à reunião.
• com o verbo no imperativo afirmativo
Cale-se caso não tenha o que dizer.
• com o verbo no gerúndio
Chegou alegre, abraçando-nos com efusão.
• com o verbo no infinitivo impessoal
Ela fez de tudo para enganar-me.

OBS.: Se o infinitivo impessoal vier precedido de expressão negativa ou de preposição, pode-se também usar a próclise, exceto no caso dos oblíquos o e a.
Exemplo: Pare de se fazer de bobo! Pare de fazê-la de boba.


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