Trovadorismo
TROVADORISMO
PORTUGAL
(1189/1198
– 1418/34)
ERA
MEDIEVAL
Introdução
Podemos dizer que o
trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu
no século XII, em plena Idade Média, período em que Portugal estava no processo
de formação nacional. Desenvolveu-se em meio ao domínio da Igreja Católica, da
visão teocêntrica do mundo (Deus no centro de tudo) e do moralismo religioso).
Marco
inicial
O marco inicial do
Trovadorismo é a “Cantiga da Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da
Garvaia”), escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189.
Trovadores
Na lírica medieval, os
trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o
acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas).
Os trovadores de maior destaque
na lírica galego-portuguesa são:
Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de
Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes e Meendinho.
Dom Diniz
No trovadorismo galego-português,
as cantigas são divididas em:
*CONCEPÇÃO
TEOCÊNTRICA
*SISTEMA FEUDAL
Ç CANTIGA DE AMOR:
a eu-lírico é sempre masculino;
a amor impossível, já que,
a mulher é comprometida ou pertence a uma classe social superior;
a amor cortês que
reflete a hierarquia do mundo feudal: a mulher, sempre inatingível, é a senhora
a quem o trovador se dirige em vassalagem
amorosa;
a a mesura (contentamento
na expressão do sentimento; não divulgar o nome da mulher amada, comprometida e
proibida para ele; idealização da figura feminina);
a o refrão é comum, que repete a
ideia básica da cantiga, às vezes com ligeiras variações;
Ç CANTIGA DE AMIGO: (na época Medieval amigo = namorado ou amante)
a eu-lírico feminino: o trovador
assume o ponto de vista da mulher;
a a mulher sempre se dirige
ao amigo, ou à mãe, irmãs, amigas ou algum elemento da natureza;
a inspiração
popular, por isso uma linguagem mais fácil;
a coloca em evidencia a importância do amor físico ;
a o refrão também é comum;
Ç CANTIGA DE ESCÁRNIO:
nestas cantigas
o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma
indireta, utilizando-se de duplos sentidos.
a É a crítica indireta,
irônica, mais sutil;
a são
sátiras de intenção social ou individual;
a há também cantigas de
escárnio em que um poeta critica a obra do outros trovadores ou os próprios
trovadores;
Ç CANTIGA DE MALDIZER:
através delas,
os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões
verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa
satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.
a apresenta
uma crítica mais direta, mais virulenta e mais rigorosa que a de escárnio ;
As cantigas medievais chegaram
até nós reunidas em três grandes coletâneas, conhecidas como:
CANCIONEIROS
8 Cancioneiro da Ajuda;
8 Cancioneiro da Vaticana;
8 Cancioneiro da Biblioteca
Nacional;
Segue,
abaixo, a "Cantiga da Ribeirinha", texto considerado o marco inicial
do Trovadorismo. Logicamente, na Idade Média a língua portuguesa era bem
diferente de como ela é hoje.
Cantiga da Garvaia
No mundo nom me sei parelha,
mentre me for como me vai,
ca ja moiro por vos – e ai!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi en saia!
Mau dia me levantei,
que vos
enton non vi fea!
me foi a mi
muin mal,
e vós, filha
de don Paai
Moniz, e ben
vos semelha
d’haver eu
por vós guarvaia,
pois eu, mia
senhor, d’alfaia
nunca de vós
ouve nem ei
valia dua
correa.
E, mia senhor, dês aquel di’,
ai!
|
Vocabulário:
Nom me sei parelha: não conheço ninguém igual a mim. Mentre: enquanto. Ca: pois. Branca e vermelha: a cor branca da pele, contrastando com o vermelho do rosto, rosada. Retraya: descreva, pinte, retrate. En saya: na intimidade; sem manto. Que: pois. Des: desde. Semelha: parece. D’haver eu por vós: que eu vos cubra. Guarvaya: manto vermelho que geralmente é usado pela nobreza. Alfaya: presente. Valia d’ua correa: objeto de pequeno valor. |
Cantiga de Maldizer
Olá professor, teria como colocar uma cantiga de escárnio?
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