GÊNEROS LITERÁRIOS
GÊNEROS LITERÁRIOS
Os gêneros
literários reúnem um conjunto de obras que apresentam características
análogas de forma e conteúdo. Essa classificação pode ser feita de acordo com
critérios semânticos, sintáticos, fonológicos, formais, contextuais, entre
outros. Eles se dividem em três categorias básicas: gêneros épico, lírico e
dramático. Vale salientar também que, atualmente, os textos literários são
organizados em três gêneros: narrativo, lírico e dramático.
Gêneros clássicos:
• Lírico
• Épico
• Dramático
Com
o passar dos anos, novos gêneros foram sendo criados e reproduzidos na
literatura. Hoje, diversos novos tipos literários circulam nas livrarias e
bibliotecas, e a divisão de Aristóteles já não consegue abarcar a complexidade
atual. Alguns desses novos gêneros são:^
Gêneros atuais:
• Romance
• Novela
• Conto
• Crônica
• Poema
• Canção
• Drama
histórico
• Teatro
de vanguarda
Gênero
épico ou narrativo: No gênero épico ou narrativo há a presença de um narrador,
responsável por contar uma história na qual as personagens atuam em um
determinado espaço e tempo. Pertencem a esse gênero as seguintes modalidades:
Épico;
Fábula;
Epopeia;
Novela;
Conto;
Crônica;
Ensaio;
Romance.
O termo “narrar” vem do latim “narratio” e quer dizer o ato de
narrar acontecimentos reais ou fictícios. Na Antiguidade Clássica, os padrões
literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o
passar dos anos surgiu dentro do gênero épico a variante: gênero narrativo, a
qual apresentou concepções de prosa com características diferentes, o que fez
com que surgissem divisões de outros gêneros literários dentro do estilo
narrativo: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém,
praticamente todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e
estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem?, que?
quando? onde? por quê? Vejamos a seguir:
• Narrador: é o que narra a história, pode ser onisciente
(terceira pessoa, observador, tem conhecimento da história e das personagens,
observa e conta o que está acontecendo ou aconteceu) ou personagem (em primeira
pessoa; narra e participa da história e, contudo, narra os fatos à medida em
que acontecem, não pode prever o que acontecerá com as demais personagens).
• Tempo: é um determinado momento em que as personagens vivenciam
as suas experiências e ações. Pode ser cronológico (um dia, um mês, dois anos)
ou psicológico (memória de quem narra, flash-back feito pelo narrador).
• Espaço: lugar onde as ações acontecem e se desenvolvem.
• Enredo: é a trama, o que está envolvido na trama que precisa ser
resolvido, e a sua resolução, ou seja, todo enredo tem início, desenvolvimento,
clímax e desfecho.
• Personagens:
através das personagens, seres fictícios da trama, encadeiam-se os fatos que
geram os conflitos e ações. À personagem principal dá-se o nome de protagonista
e pode ser uma pessoa, animal ou objeto inanimado, como nas fábulas.
O que vimos foram os recursos que os estilos narrativos têm em comum, agora vejamos cada um deles e suas características separadamente:
• Romance: é uma narrativa longa, geralmente dividida em capítulos, possui personagens variadas em torno das quais acontece a história principal e também histórias paralelas a essa, pode apresentar espaço e tempo variados.
• Novela: é um módulo mais compilado do romance e também mais
dinâmico, é dividida em episódios, são contínuos e não têm interrupções.
• Conto: é uma narrativa curta que gira em torno de um só
conflito, com poucos personagens.
• Crônica: é uma narrativa breve que tem por objetivo comentar
algo do cotidiano; é um relato pessoal do autor sobre determinado fato do dia a
dia.
• Poema:
textos escritos em verso que apresentam visões particulares sobre si, a
existência ou a própria linguagem;
• Canção:
gênero híbrido entre a literatura e a música;
• Drama
histórico: peças de teatro cuja temática vincula-se a um fato histórico;
• Teatro
de vanguarda: obras teatrais produzidas sob influência das vanguardas europeias
no século XX.
Há, também, epopeias posteriores ao Período Clássico que,
embora alterem algumas características do gênero, preservam a nomenclatura de
texto épico. Alguns deles são A divina comédia,
de Dante Alighieri, e Os lusíadas, de Luís de Camões. Veja, a seguir, os primeiros versos do
poema épico português:
“As armas e os barões
assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem do sábio Grego e do
Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.”
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.”
Os lusíadas, Luís de Camões
Gênero
lírico: Os textos do gênero lírico, que expressam sentimentos e
emoções, são permeados pela função poética da linguagem. Neles há a
predominância de pronomes e verbos na 1ª pessoa, além da exploração da
musicalidade das palavras. Estão, entre as principais estruturas utilizadas
para a composição do poema:
Elegia;
Ode;
Écloga;
Soneto.
O termo “lírico” vem do latim
(lyricu) e quer dizer “lira”, um instrumento musical grego. Durante o período
da Idade Média os poemas eram cantados e divididos por métricas (a medida
de um verso, definida pelo número de sílabas poéticas). A combinação de
palavras, aliterações e rima, por exemplo, foram cultivadas pelos poetas como
forma de manter o ritmo musical. Logo, essa é a origem da métrica e da
musicalidade na poesia. A temática lírica geralmente envolve a emoção, o estado
de alma, os pensamentos, os sentimentos do eu-lírico, e também os pontos de
vista do autor e, portanto, é inteiramente subjetiva.
Esse gênero é geralmente
expresso pela poesia, contudo, não é toda poesia que pertence ao gênero
referido, já que dependerá dos elementos literários inseridos nela.
Quanto à
forma, da Idade Média aos dias de hoje, o estilo de poema que permaneceu com
intensidade foi o soneto, poesia rimada, composta por quatorze versos, dois
quartetos e dois tercetos, com métrica composta de versos decassílabos (dez
sílabas) e versos alexandrinos (12 sílabas).
Quanto ao conteúdo,
predominantemente subjetivo, destacam-se:
• Elegia – vem do grego e significa “canto triste”; poesia lírica que expressa sentimentos tristes ou morte. Um exemplo frequente é “O cântico do calvário” de Fagundes Varela.
• Elegia – vem do grego e significa “canto triste”; poesia lírica que expressa sentimentos tristes ou morte. Um exemplo frequente é “O cântico do calvário” de Fagundes Varela.
• Idílio
e écloga – são poemas breves com temática pastoril. A écloga, na maioria das
vezes, apresenta diálogo.
•
Epitalâmio – na literatura grega é um poema de homenagem aos noivos no momento
do casamento. Logo, é uma exaltação às núpcias de alguém.
• Ode ou
hino – derivam do grego e significam “canto”. Ode é uma poesia que exalta algo
e hino que glorifica a pátria.
•
Sátira – poesia que ridiculariza os defeitos humanos ou determinadas situações.
Gênero
dramático: De acordo com a definição de Aristóteles em sua Arte
Poética, os textos dramáticos são próprios para a representação e apreendem
a obra literária em verso ou prosa passíveis de encenação teatral. A voz
narrativa está entregue às personagens, atores que contam uma história por meio
de diálogos ou monólogos. Pertencem ao gênero dramático os seguintes textos:
Auto;
Comédia;
Tragédia;
Tragicomédia;
Farsa.
A palavra “drama” vem do grego e significa “ação”, logo, é um
acontecimento ou situação com intensidade emocional, a qual pode ser
representada. No sentido literário, falar de drama é falar de teatro. Este
gênero começou com a encenação em cultos a divindades gregas. A princípio os
gregos abordavam apenas dois tipos de peças teatrais: a tragédia e a comédia.
Algumas peças são bastante conhecidas e lidas até hoje, por serem marcos da
dramaturgia da época: Prometeu acorrentado de Ésquilo; Édipo-rei e Electra de
Sófocles; Medéia de Eurípedes e Menandro de Antífanes.
Neste estilo literário o narrador conta a história enquanto os
atores encenam e dialogam através das personagens. Quanto aos estilos
literários, esta modalidade literária compreende:
• Auto: é um gênero da literatura dramática. A origem do Auto vem da
Idade Média, em um país chamado Espanha, por volta do século XII. Em
Portugal, no século XVI, Gil Vicente foi a grande expressão deste gênero
dramático. O auto visava
satirizar pessoas. A moral é um elemento decisivo nesse gênero
de teatro.
• Comédia: representação de um fato cômico, que causa riso.
• Tragédia: representação de um fato trágico que causa catarse a
quem assiste, ou seja, provoca alívio emocional da audiência.
• Tragicomédia: é a mistura de elementos trágicos e cômicos.
• Farsa: peça teatral de caráter puramente caricatural, de crítica
à sociedade, porém, sem preocupação de questionamento de valores.
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